Os
cidadãos, mais atentos, constatam que os governantes não estão a governar para
o povo, que deveria ser assim, tal são os desígnios da democracia parlamentar.
Entre
os parlamentares, podemos ver que, entre advogados e gestores de grandes
empresas, estão diretamente ligados a grandes escritórios de advogados e
empresas com grande implantação no mercado de valores.
Quem
nos governa quer única e exclusividade os holofotes dos Mídias, serem falados
internamente e pelo mundo. Podemos estar numa crise sem precedentes, deixado
pelo despesismo das contas públicas, que pensavam o estado como uma grande
empresa, bastante rentável. Pôr as contas públicas em dia, será sempre um
objetivo a alcançar, mas a forma como se chega lá, deve ser bem ponderada, e
não fazer o povo trabalhador e funcionários públicos, “bombos da festa”.
O
medo que as grandes empresas fujam do país, devido ao correto pagamento de
imposto sobre seus lucros, sejam bancos ou multinacionais, é uma falsa verdade.
Os custos com a deslocação de empresas para outros países, seria incomportáveis
e um mau negócio.
O
desinvestimento na cultura, e todas as suas formas de expressão, é um erro de
palmatória. Um povo, sem acesso a cultura, é um povo descaracterizado, perde-se
a alma de uma nação.
A justiça, saúde e educação, nunca foram, em
países evoluídos, áreas para dar lucro ao Estado, é um dever do Estado
democrático dar acesso, tendencialmente gratuito. A carga enorme de imposto tem
que comportar estes vetores da sociedade assim como a segurança social. Dizer
que a maioria dos subsidiados pelo Estado não deviam ter direito a apoio, é uma
grande falta de humanidade, e insensibilidade social. A grande maioria das pessoas
que pedem subsídios sociais e de saúde, realmente precisam deles, e os
políticos com funções governativas, tem por obrigação sustentar esses mesmos
subsídios, porque a crise não foi provocada por quem trabalha, ou por quem
ficou sem emprego, ou vive abaixo do limiar da pobreza. A responsabilidade da
crise que atravessamos é única e exclusiva dos políticos que nos governam e
aprovam leis com trajetórias sinuosas.
Os
políticos são uma classe da sociedade, em constante descrédito, ao longo deste
quarenta anos de democracia, deram provas que não são capazes de olhar para o
povo, mas sim para o seu aparelho partidário movido por tráfico de influências
e interesses instalados, que em nada beneficiam os contribuintes.
O
poder económico prevalece acima da justiça social, a democracia de rosto
humano, está moribunda, é preciso novo sangue nos comandos do país, homens e
mulheres que não tenham medo de enfrentar as garras do capitalismo selvagem,
que tem torturado este nosso povo martirizado…
Quito
Arantes, 07/03/14 texto
Foto: New York Times (inquietar-te.blogsopt.com)