quarta-feira, 27 de novembro de 2013

" A CARTA "

Quero acreditar que este inverno será bastante frutífero para a minha veia literária. Projetos não faltam, mas daí a concretizá-los, vai uma distância, sei que não dependem somente de mim. Eu sou o criador de sonhos. E sinto que o publico leitor e não só estará recetivo aos meus sonhos acordados, congratulando-me por receberem as minhas vibrações positivas.
 O ano que se avizinha poderá ser um ano de viragem, bem! Não me refiro à política, pois essa já não é credível aos olhos dos que acreditam. Será um ano certamente, em que todo o meu ser, contemplando o inverno agreste, dará o seu ar imaginativo, penso eu, esperemos que assim seja. Tenho pensado, seriamente, na minha vida e em tudo que a envolve. E, tu amiga, que deambulas pelas estradas, em constante labuta, poderás um dia admirar a beleza dos canteiros floridos do meu terraço, logo que o inverno se despeça. Agora, resta-nos a espera da neve, que não tardará a chegar.
Resguardo o meu limoeiro entre outras plantas, que persiste em vigorar, embora haja quem não acreditasse nele, no entanto, creio que dará os seus frutos depois de florir na primavera.
Gosto do verde das plantas; do perfume das flores coloridas, enfeitando o meu pátio e o meu terraço. Gosto de sentir a vida, a terra estrumada para dar frutos, a trazer os rebentos à superfície. Gosto também dos meus “diálogos mudos” com as plantas, e sinto que os meus pedidos são atendidos.
Agora é tempo da terra descansar, apesar de algumas plantas mesmo no inverno brotarem vida.
 
 
In "A Carta " Capitulo XIV - inverno







segunda-feira, 25 de novembro de 2013

"CONTOS DE ENCANTOS"

 
Nesta cavalgada da vida, encontro o sentido porque me encontro aqui, no meu escritório improvisado, onde escrevo estas palavras para ti, e para todas as pessoas que acreditam no amor. Fazer um caminho em busca da felicidade terrena, não tem mal nenhum, antes pelo contrário, só nos motiva a preencher melhor os nossos dias, a ajudar, a dar companhia a quem mais precisa, a entrar num mundo de melhor compreensão. 
   O dia do nosso encontro foi o culminar de um amor construído na base da sinceridade, na partilha dos nossos medos, do desabafar das nossas tristezas, do conforto das nossas almas peregrinas.

Dizes-me para esperar por ti, são só uns anos, mas certamente a chama do nosso amor poderá aguentar todos esses anos de espera, enquanto tu estiveres presente no meu dia-a-dia.
Mantem as tuas palavras sempre junto às minhas e não haverá tempo que nos possa separar.
 
a editar brevemente
"Contos de Encantos" o dia do nosso encontro

 







domingo, 24 de novembro de 2013

"CONTOS DE ENCANTOS"

Sinto a imagem do teu rosto sorrindo de felicidade, deste rio cristalino que vai refrescando as nossas almas, em diálogos amenos de ternura sem fim.
Sei que estás longe numa geografia humana que em nada altera a tua aproximação no dia-a-dia. Sinto que há um querer teu de estar ao meu lado, de sentarmos sobre uma manta nos verdes campos da natureza, e desgostarmos os nossos corpos bem juntinhos e adormecermos ao sabor do vento ameno e de leves chilreares das aves que nos observam alegres na nossa entrega ao mundo natural.
No dia do nosso encontro o nosso abraço será como Deus quer, fiel e de entrega às nossas almas encontradas, que nos abrirá o caminho para ser percorrido a dois.

In "Contos de Encantos" - O dia do nosso encontro
A editar brevemente

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

"A CARTA" Capitulo XIV - Inverno


As mulheres da vila onde vivo, vestem-se de preto, não porque enviuvaram, mas porque a tradição assim o manda, seja verão ou inverno. Marido longe, ou emigrado, as vestes pretas, nas mulheres casadas, assim persistem, e por vezes para toda a vida. Até as noivas que casam sobre a tradição, vão vestidas de preto, com um lenço ao pescoço de seda amarelo.
Este é um Portugal raiano no ponto mais nordeste que poucos conhecem, e que tem história e pré-história à vista de todos. Desertificada devida à forte emigração e migração para as cidades por melhores condições de vida, poucos jovens aqui persistem. Assim a parte humanizada da vila e lugares que a circunscrita, muitos já desabitados, certamente têm muitas histórias para contar e encantar ao forasteiro que por lá passa, curioso de tamanha beleza natural. É um concílio entre o humano e a natureza, ali não existiam agressões ao ecossistema.
Poderei neste inverno antecipado, tentar reconciliar-me com a minha consciência. Ver que é preciso muito jogo de cintura para sobreviver neste recôndito tão bonito. Terei que fazer reflexões bem consistentes para levar a cabo os meus intuitos.
Daqui a nada chegará a neve, porque as geadas já são fortes e o gelo já predomina. Da minha janela do escritório a neve será vista como noutros anos, serena no seu cair, em pequenos flocos de uma brancura sem fim.
 
A editar
Quito Arantes

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

O HOMEM DA CIDADE

Na vizinhança do seu bairro já havia quem dissesse que ele não queria trabalhar, que era um aventureiro, que andava a viver às custas da sua tia. Mas isso era inevitável, quem está de fora dá-se a essas coisas.
Despediu-se mais uma vez da tia, e no seu ar de caso, pôs-se a caminho das terras do Côa. Estava dividido entre, resolver os seus problemas existenciais e o seu namoro com Joana. Naquele momento da sua vida as duas coisas não eram muito compatíveis, mas poderia sempre minimizar os danos.
Joana sabia que ele estava a passar por uma fase difícil da sua vida, a instabilidade emocional e ânsia de querer ajudar os mais desfavorecidos, eram uma barreira entre os dois. Ela era mais terra a terra, sabia que a vida se encarregava de fazer justiça. Mas o seu amor por ele estava a superar todas aquelas divergências. Disposta a lutar por ele até às últimas consequências, esperava por ansiosamente para uma conversa construtiva e ajudar a encontrar uma solução para os dois.

In " O Homem da Cidade "
 
(Excerto) a editar

terça-feira, 12 de novembro de 2013

"A CARTA" - Outono



Não quero desistir dos meus sonhos, são eles que me fazem caminhar, sem me perder pelo caminho, vou buscando todo o sentido das coisas simples, que me vão acontecendo. Pequenas conversas, com os naturais da minha vila, fazem-me crescer dia após dia. Não quero luxos, quero uma vida digna com um pouco de conforto, onde meu trabalho se desenvolva fluentemente, muito embora o meu amigo Fritz não me deixe trabalhar como desejaria. Mas, “c´est la vie”, não se pode ter tudo.
 Ando com os sonos trocados, mas o importante é que durma as horas necessárias ao meu ritmo biológico. Gosto de acordar a meio da noite, e me dar uma vontade enorme de me pôr em frente ao computador e escrever esta carta que, pelos vistos, vai ser longa. Não passará de uma carta, onde o diabo não possa entrar, e percorrerá as quatro estações. Foi assim que me propus, amiga! Serão ventos de outono, inverno, primavera e acabarei em pleno outono, belo, onde comecei por te escrever as primeiras palavras. É esta partilha de emoções que me surgem a cada pensamento, e como dizia, a diabolização não vai fazer parte destes escritos.
Quero sentir as quatro estações como nunca senti, e de alma aberta, dizer-te o que vai no meu íntimo, sempre sem assédios ou coisas do género. É a nossa amizade que quero que prevaleça.

In "A CARTA"
EXCERTO
QUITO ARANTES

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

NA ROTA DE LE PATRIACHE


O encontro com a Irlanda, foi uma novidade para Ricardo, o verde constante da paisagem, as colinas rochosas de negruras reluzentes, criaram nele um sentido de liberdade. Mas essa liberdade só lhe coube no carro que o transportava, não pode sair pelos campos e correr livremente, sentir a frescura da manhã, e alcançar o seu ser de jovem liberto de drogas.
Fora uma experiência paradoxal, momentos felizes, mas também momentos de angústia. Houve alturas que nos campos contíguos ao casarão onde viviam, uma vez soltaram-se os porcos, e foi uma correria, todos tentando agarrar os porcos. Ricardo, conseguiu montar um, agarrou-o pelas orelhas, mas o raio do porco era mais forte, e fugiu por entre o esforço frustrado dele. Mais tarde seriam esses porcos, criados na corte, e alimentados também por Ricardo, que serviriam de alimentação para todos os residentes.
 
In " Na Rota de Le Patriache "
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quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Até Sempre!


Sonhar acordado era o que mais o deliciava. Apreciador da natureza, sentia-se bem no meio dela, gostava de deitar-se na erva fresca de um bosque, ouvir o vento redopiar nas árvores, as aves saltitando de ramo em ramo, sentir os regatos de águas cristalinas, serpenteando pelas encostas de montes virgens.
Viajava pela natureza, muitas vezes pedia uma carinha emprestada a amigos, e sozinho ia em busca de novas sensações na natureza. As compaixões pelo que era natural, aldeias e serras preenchiam-lhe a alma.
 
In  "Até Sempre! "
 
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