sábado, 29 de abril de 2017


Houve tempos em que vivia o mundo da lua, mas era uma lua de lunático que não media as consequências. O tempo foi passando, machadada em machadada. Havia gente muito próxima de mim a sofrer por mim, a cada passo, e eu na minha ignorância sem aperceber-me de nada.
Um dia já não muito jovem acordei da minha inocência, o mundo tinha caído a meus pés. Então derramei lágrimas de sangue sofrido, como se fizesse um pedido de perdão do imperdoável.
Eu era só um adulto que não tinha crescido como pessoa, como homem responsável, e agora havia um caminho doloroso para percorrer, consciente, onde parecia não haver fim.
Olhei-me ao espelho e reparei que tinha envelhecido, estava realmente numa curva descendente.
O que me salvou foi o Amor pelas coisas pelas pessoas sem interesses particulares, por uma natureza violentada por seres irresponsáveis sem um pingo de vergonha. Foi nesta altura que resolvi fazer da minha vida um bombeiro da boa vontade, e por aqui quero ficar...
Quito Arantes
29/04/17

segunda-feira, 17 de abril de 2017

MICRO CONTO:
Um dia cheguei a casa, não sei se era minha ou emprestada por um tempo sem fim à vista. Fui à janela do escritório e reparei que o mundo estava em mudança, não porque fosse normal essa mudança, mas porque eu assim o vi, despido de preconceito, onde tudo existia, mesmo aquilo que mais eu queria.
O amor não estava lá, tinha ficado nuns abraços quentes e fraternos. Hoje recordo que todos os erros tinham sido meus, ninguém, mesmo ninguém estaria disposto a receber-me na minha confusa imensidão do acaso.

quarta-feira, 5 de abril de 2017


No encontro das noites perdidas, vejo a madrugada renascer, como que pedindo um novo recomeço. Entrego-me nas mãos de Deus, e tudo poderá ter um novo sentido.

As águas vão correndo como sempre para o mar, e a ponte será sempre um elo para uma nova oportunidade. É só caminhar no caminho certo que me levará a bom porto.

Esqueço as mágoas, perdoou o mal sentido em mim, assim como espero que seja perdoado pelo mal que fiz. Deitarei no teu manto de praia recuperado à industrialização, e nesta manhã de recomeço, o chilrear dos pássaros madrugadores já chamam por mim para uma nova vida sem receios sem medos.
Q.A.
Foto #33688FA