segunda-feira, 28 de novembro de 2016

Gira como o Girassol, e nós giramos com o que é apresentado na nossa frente, no dia-a-dia. Mas teremos calma suficiente para suportar o stress desta vida agitada da cidade? Teremos a calma devida para atuarmos em conformidade, e serenamente, acompanharmos o movimento da terra em volta do sol? Giraremos na nossa quietude como o Girassol?
Q.A.
Foto: # 33688FA

quinta-feira, 24 de novembro de 2016

"Os políticos são das pessoas mais inseguras que eu conheci até hoje. Precisam de valerem-se do seu poder autoritário para prevalecerem por cima dos cidadãos comuns.
É incrível as suas arrogâncias, e falta de visão cultural e ecossustentável.
Embrulhem-se, plastifiquem-se, armem-se em fortes, porque a vossa fortaleza é só dentro do vosso casulo..."
Q.A.

quarta-feira, 23 de novembro de 2016

Fausto Silveira tentava desmistificar a encomenda que o russo tinha feito a Andreia de Falco. Três telas sobre dragões, faziam-no imaginar que algo rocambolesco poderia estar a passar-se. De vez enquanto o inspetor passava pelo trabalho de Andreia para tentar saber mais sobre o russo e que ideias ele tinha dado para os quadros. Mas Andreia pouco lhe podia adiantar a não ser que ele parecia ter um fetiche com um quadro de pequenos dragões bebés que este lhe tinha comprado por ...um preço alto sem regatear.
Fausto Silveira analisou a foto do quadro tentando interpretá-lo como se tivesse a pensar pela cabeça do russo. Talvez na sua ideia houvesse algo de paternal, acompanhado de uma misteriosa vontade catastrófica no meio daquilo tudo, mas eram só pequenas sobreposições. Não queria pensar que estava perante um infanticida. Aliás as suas ligações ao petróleo russo leva-lhe para outros campos menos trágicos. Pensava Fausto Silveira que o russo era mais um dos muitos corruptos da sociedade russa.
in "Como um rio correndo para o mar"
Página 47

terça-feira, 22 de novembro de 2016

Um teto, um amigo(a), é tão pouco que preciso... Já não estou na altura de procriar, mas estou na altura de ter gente e animais em volta de mim. Estou na altura de afirmar quem sou de verdade, sem medos, sem rodeos... Gosto de olhar nos olhos dos animais, eles só nos dizem verdades, nunca mentem. Enquanto a minha gata Pipoca se enrosca no meu pescoço eu estou feliz, não quero saber de mais nada, e depois, ela se vai e volta sempre ao meu aconchego. Era bom que fosse assim com as relações humanas, mas poucas vezes isso acontece.
Espero que na próxima primavera as andorinhas tragam novos ventos, que pela proa levarei o meu barco ao seu bom porto.
QA
Foto # 33688FA

domingo, 20 de novembro de 2016

Na manhã dourada reenvento a minha cidade, onde nada se desperta, e de fininho vou caminhando para não haver seguimento de um coração ferido.
Este muro que inventei, será só um agora e já que me protege do mal dizer.
Será sempre nas manhãs douradas onde o sol me ofusca o sono profundo. Não quero, nem desejo um fim glorioso, mas sim, a serenidade transparente rasgada de lutas em terras perdidas, em que o paraíso é a alma do já e agora.
Q.A.
Foto # 33688FA

sábado, 19 de novembro de 2016

Não consigo compreender a passividade do nosso povo em relação ao poder dos políticos e parlamentares e coisas desse género...
Eles fazem o que bem lhes apetece..., brincam com dinheiro dos contribuintes, usurpam os pobres e os menos endinheirados.
Esta classe da nossa sociedade está a abusar da boa vontade do nosso povo. Não declaram rendimentos, como se fossem uns casos à parte da sociedade. Enfim! Estamos entregues a uma bicharada que não olha a meios para obter os seus fins. Isto está uma autêntica anarquia capitalista. Como diz um amigo meu: - “O país está a saque!”
Q. A.
Foto # 33688FA
Nota: Depois digo-vos quais foram as represálias por ter escrito este texto...

domingo, 13 de novembro de 2016

Como se pudesse ouvir a alcateia descer ao povoado em busca de alimento escasso, surge-me o feno ceifado num colorido baunilha que até me feria os olhos.
Pensei que era ali o começo do mundo. Talvez até fosse se eu tivesse forças para suportar os invernos gélidos da montanha.
Há lugares que nos elevam a alma e nos mostram como somos pequeninos perante tamanha candura.
O homem sempre procurou desbravar a natureza, e confrontado com tamanha beleza foi-se adaptando às circunstâncias.
Q.A.
Foto: Branda de Bosgalinhas
# 33688FA

sábado, 12 de novembro de 2016

Quando atravessei esta cancela, entre paredes xistosas e uma infindável natureza por descobrir, senti que havia um caminho doloroso que teria que percorrer, mas isso era só o meu subconsciente que dizia-me. Passado estes vários anos o meu mundo girou, girou e voltou a girar, entre tormentas e felicidades pouco duradouras. Lutei, e continuo a lutar, porque o Amor e a Paz requer luta interior para atingir serenidade.
Q.A.
Foto #33688FA

terça-feira, 8 de novembro de 2016


Demorou cinco anos a perceber o que Maria Carvoeira, senhora carismática de Castro Laboreiro, queria dizer: - Vai para a tua terra! Filho da puta!
Intrigava-me a forma e tom com que me dizia isso, e aos poucos, fui entendendo, como perceber o que no meio da "loucura" podemos seguir o nosso caminho da verdade.
Um bom amigo, que me ajudou bastante, também me dizia: - " Os Castrejos não te querem cá!" E eu pensava como podia ser possível tais afirmações... Eu que nos meus
 escritos tinha posto para a eternidade, nos píncaros, o Povo Castrejo, via agora ser "uma persona non grata". Realmente a interioridade que este povo sofreu ainda está marcada nas suas raízes, mas mesmo assim, ou de qualquer outra forma, houve gente que me soube entender, e ainda há.
O conflito geracional é bastante marcante, devido aos mais recentes homens da emigração. Novos conceitos de vida que proclamam numa mescla europeia consumista.
Mas, Maria Carvoeira estava na sua razão. Em cada dia madrugador que por ela passava, sentia mais perto o bater da sua seixola que tocava o chão asfaltado a passo certo. Com o passar dos anos comecei a olhar de forma diferente para Maria. Não lhe fixava os olhos, simplesmente lhe dava um bom dia fugidio para não haver atritos.
Apesar de continuar a ser um cidadão recenseado na União de Juntas de Freguesia de Castro Laboreiro e Lamas de Mouro, e ter casa própria e bons vizinhos, esta localidade, para mim nunca mais vai ser a mesma, com a saudade dos bons momentos que por lá passo.
Espero que nenhum Castrejo se sinta denegrido com estas minhas palavras, porque apesar de não ser bem-vindo para alguns, continuo a ver este povo, que bem me acolheu, de bons olhos.
Q.A.
Foto:#33688ARA