quinta-feira, 22 de fevereiro de 2024

A Cultura, parente pobre das legislativas.

 É com muita tristeza que reparo não haver nenhuma atenção à cultura na campanha eleitoral e mesmo nos debates televisivos. Como já disseram vários vultos da cultura portuguesa; um povo pobre culturalmente será sempre um eterno escravo.

Não compreendo que não se faça a mínima alusão à cultura. Fala-se muito pouco de educação, do ensino e muito menos dos agentes culturais. Uns cantam o hino nacional e depois querem matar o Camões. Parece-me que está tudo a ficar tresloucado. A história cultural de um povo tem que ser elevada ao ponto de nunca ser esquecida, porque foram feitos heroicos dos nossos antepassados que fizerem a Nação que somos hoje.

Dá-me a sensação que querem acabar de vez com a cultura, pois, um povo ignorante é sempre mais fácil de ser governado. Enquanto que os nossos políticos se guerreiam insultuosamente, não falando das soluções estruturantes para o país, o povo começa a ficar confuso de tamanha anulidade das soluções que vão apresentando. Os apoios à cultura são migalhas que não matam a fome para produzir criatividade cultural. Da esquerda à direita não existe uma única palavra para a cultura. E como sabemos, é como matar a alma de um povo. 

Vou estar atento até ao dia dez de março para ver se a cultura é falada e que soluções para a incentivar vão ser ditas até lá. Já há muito tempo que não vejo nenhum político que se ache intelectual a falar de arte, música, literatura, pintura, escultura, dança, teatro etc,. A ver vamos se a mediocridade dos nossos políticos é capaz de sair do marasmo em que se encontra.

quinta-feira, 8 de fevereiro de 2024

Não espero um reconhecimento...

Nesta caminhada até ao descanso eterno, não espero reconhecimento pelo bem que fiz, pois nem tudo foi de livre vontade, mas, que poderei eu dizer sobre o sofrimento alheio... só sente quem passa pelo mesmo e mesmo assim ponho dúvidas que possa sentir a mesma coisa com a mesma intensidade. 

Pelo menos tenho a consciência tranquila, penso eu, mas, também começo a pôr certas dúvidas sobre tumultos que se vão passando nos meus dias. Claro que me fico pela reflexão individual para tentar entender o que me  vai na alma. O que eu sei é que amar uma pessoa traz alguns desencantos, pois não somos todos iguais, aliás, ninguém é igual a ninguém. E que poderemos nós fazer para acalmar as nossas inseguranças? Podemos sim, libertando-nos de medos que fragilizam a  nossa consciência.

Portanto, não é justo eu estar à espera de um reconhecimento que tarda em acontecer. O que eu não quero é prender ninguém ao meu lado que não se sinta feliz, nem se sinta na obrigação ou em dívida com a minha pessoa. Fui habituado a viver na minha solidão, trabalhei por conta de outrem sem qualquer tipo de reconhecimento do meu trabalho. Também seria doloroso receber um reconhecimento por pura hipocrisia, não posso aceitar esse tipo de coisas.

Quando deixar este mundo cruel, que não respeita o sofrimento de ninguém, espero conseguir ver todo o mal que fiz para assim compreender porque fui tão esquecido. Deixarei para os comuns dos mortais toda a minha modéstia sabedoria para assim fazer com que o sofrimento alheio seja mais respeitado. Quando deixar este mundo torturoso, onde não existe limites para aplicar o sofrimento, talvez a paz e a tranquilidade volte ao mundo da imortalidade do Além.