Houve tempos em que vivia o mundo da lua, mas era uma lua de lunático que
não media as consequências. O tempo foi passando, machadada em machadada. Havia
gente muito próxima de mim a sofrer por mim, a cada passo, e eu na minha
ignorância sem aperceber-me de nada.
Um dia já não muito jovem acordei da minha inocência, o mundo tinha caído a
meus pés. Então derramei lágrimas de sangue sofrido, como se fizesse um pedido
de perdão do imperdoável.
Eu era só um adulto que não tinha crescido como pessoa, como homem responsável,
e agora havia um caminho doloroso para percorrer, consciente, onde parecia não
haver fim.
Olhei-me ao espelho e reparei que tinha envelhecido, estava realmente numa
curva descendente.
O que me salvou foi o Amor pelas coisas pelas pessoas sem interesses
particulares, por uma natureza violentada por seres irresponsáveis sem um pingo
de vergonha. Foi nesta altura que resolvi fazer da minha vida um bombeiro da
boa vontade, e por aqui quero ficar...
Quito Arantes
29/04/17
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