O acordo com Deus
Nos últimos tempos tenho me esquecido do acordo que fiz com Deus.
Já lá vão uns bons anos em que me comprometi seguir os ensinamentos
do ser Supremo que rege a minha vida. Aqui não se trata de nenhuma condição
religiosa, ou de procurar refúgio no Divino. Simplesmente tenho como admiração
com o Ser que criou vida na terra. Não sei se ei-de admirar um ser omnipresente
ou então a própria natureza como fator preponderante nos desígnios do homem.
Não creio que tenha sido uma força sobrenatural a criar vida no planeta terra.
Vou mais em acreditar nas forças da natureza como elementos base da formação de
vida na terra.
É certo que desde muito pequenos somos formatados para acreditar
num Deus feito à nossa imagem, imputando conceitos bíblicos nas nossa mentes.
Isto estou a falar do conceito religiosas do mundo ocidental. Até se recuarmos
no tempo na altura das civilizações pré-colombianas verificaremos que todas
elas adoravam a natureza e as suas forças. Eram povos politeístas. Mesmo assim
e apesar da controversa que existe entre as várias religiosidades no mundo, eu
fico-me por acreditar que nada é criado ao acaso e as origens do universo,
certamente nunca vai ser descoberto pela espécie humana.
Quando resolvi escrever este ensaio, pensei que talvez trouxesse
algo de novo sobre o conceito de religiosidade e o que Deus influência as
nossas vidas. Certamente haverá muita gente com os mesmos conceitos de
divindade na atualidade. Não creio que serei mais um ateu, agnóstico que ainda
não saiu do armário. Longe disso, sempre tive um conceito de religião mais
virado para a fé e nas forças da natureza como forma de compreender as minhas
aflições existenciais. Prefiro respeitar as forças da natureza como se
tratassem no meu Deus astral.
Todos os ensinamentos que me deram ao longo da minha vida em
relação aos atos religiosos e sua interferência na minha vida, caíram por
terra, porque, praticamente como cristão de nascença, em nada me ajudou a
resolver os meus problemas pessoais. Única e exclusive, foi a fé essa força que
não tem religião e que move montanhas que me ajudou a ultrapassar as maiores
dificuldades. Portanto, resolvi fazer um acordo com Deus; eu não te difamo e tu
não interferes na minha vida, deixando a natureza das coisas resolver os
problemas mais complicados.
Isto de pensar que Deus resolve todos os problemas, é um tiro no
escuro, até porque, muitas das vezes, pensamos que Deus está a ser muito
injusto. Não podemos dizer que o hipotético Deus resolve tudo, nós é que temos
de fazer por isso e sem vontade e fé em nós, as coisas podem ficar mal
resolvidas.
Deixar tudo para O Supremo resolver, não é a melhor solução, eu
compreendo que a vida é uma luta constante, também doutra forma seria um tédio
que estou pouco interessado em viver. Por isso, neste acordo que fiz com Deus,
resolvi deixar que tudo acontecesse naturalmente sem pedir ao Divino que
resolve as coisas por mim. Resolvi dar-lhe descanso das múltiplas solicitações
que Ele é chamado a resolver.
livro em curso
Quito Arantes
2024
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