Percorri as estradas que não conhecia em busca de te
encontrar… Encontrei-te deitada num leito que não era o meu, mas mesmo assim
continuei a viagem em busca daquilo que sabia não acontecer. Os troncos de
velhos carvalhos prostravam por terra, esquecidos num tempo que não era meu.
Que vida teriam eles levado para ficarem esquecidos na berma
da estrada? Certamente aqueles centenários troncos tiveram a sua história que
eu não consegui desvendar, mas serviram para me levar a contínua viagem em
busca de um sonho que ficou simplesmente por aquela aventura maluca.
O acaso não aconteceu, nem era previsto acontecer, só mesmo
na minha cabeça sonhadora.
Desço um pequeno caminho, onde os rodados do meu carro
estavam no limite. Aquele caminho levar-me-ia a um lugar esquecido no tempo,
onde histórias e vidas por lá passaram e foram passadas de geração em geração
sem conhecimento público. Tentava perceber a negrura daquelas vidas que por lá
passaram… Deixei o coração me levar àquele sonho que não aconteceu, porque não
tinha mesmo que acontecer. Não estava preparado para o receber, talvez não
tivesse o direito de o receber.
Depois de ver as águas cristalinas do rio que banhava aquele
lugar mágico, entendi que aqueles troncos de carvalho prostrados na berma da
estrada eram sinais do tempo daquele lugar que me viu chegar e partir num
singular respeito.
"Pelos olhos de um novo povoador"
Q.A.
Sem comentários:
Enviar um comentário