Subo a montanha, num tempo
anunciando um outono agreste.
Olho em meu redor e tudo está
num verde enregelado. Não sabia o que podia encontrar na natureza em
transformação. No fundo, queria encontrar algo que me surpreendesse. Em
pequenos passos de um andar sereno, fui vendo flores que desconhecia. Todo
aquele passeio era uma descoberta numa terra que me acolhia
desinteressadamente. O vento rugia entre as urzes e giestas. Era um passeio
solitário, como sempre me habituei a fazer. Era eu e a natureza, onde sem haver
previsibilidades encontrava respostas para interrogações que minha mente pedia.
Sempre achei que esta terra escolhida para viver tinha algo de mágico, não
podia encontrar outra coisa se não o espaço que ansiava para a minha
tranquilidade. Aquilo que na cidade, descaracterizada me confundia o pensamento
tinha ficado para trás, e ali, no enquanto dos Deuses, via que as flores
selvagens tinha outro encanto. Um encanto que entrava e aquecia o meu coração.
A vida tem momentos que não
podemos ignorar, são momentos que como uma teia de uma aranha vai tecendo o
aveludar do pensamento.
Agora, neste lugar que viu
chegar este forasteiro convertido aos encantos da serra, pedirei aos Deuses que
me deem força para levar a minha caminhada ao encontro da transparência que
tanto necessito.
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