quarta-feira, 24 de junho de 2020

O acervo de Portugal político

É com apreensão que vejo o conformismo dos portugueses quanto a decisões políticas de relevo nacional.
Eu sei que estamos numa situação singular, esta da pandemia, mas perante a passividade da população em acatar as decisões governativas que não estavam em nenhum programa eleitoral, fico esdrúxulo quando se desperdiçam dinheiros públicos em empresas falidas, sem viabilidade económica, injecção de dinheiro dos contribuintes em bancos privados sem nenhumas garantias de retorno.
Com a crise pandémica que nos assolou virá uma crise social e económica, para a qual não estamos preparados. Para combater este descalabro as medidas governamentais são insuficientes e não resolvem o problema de raiz. As contas certas de Mário Centeno, já não são tão certas assim e a almofada financeira de que tanto se gabava já não chega para equilibrar a económica.
A passividade dos governantes é o resultado da espera de fundos comunitários que, pensam eles, virá, entretanto, para resolver os problemas macroeconómicos. Mas não existem tantas certezas desses dinheiros que têm de ter consenso dos vinte e sete membros da EU.
Continuamos a ser os pedintes da EU, nem mesmo os melhores no futebol nos salva desse estigma.
Sabemos que os dinheiros públicos estão a ser mal geridos, perdidos em Fundações que não servem para coisa nenhuma, em comissões de avaliação de créditos do Estado perdidas em estudos milionários.
Os portugueses estão a empurrar o barco com a barriga, enquanto que o desemprego sobe em flecha. Há que pedir responsabilidades políticas a quem nos tem governado nas últimas duas legislatura.
Agora pergunto: - Existe Estado Social em Portugal? Não creio que seja verdade quando existem dois milhões de pobres e não sei quantas centenas de milhares em risco de pobreza. O Estado Social tem vindo a ser adiado, ano após ano. Os nossos governantes não querem um povo culto, porque isso, poe em causa a sua liderança e promiscuidade. O governo quer dar festas e festejos para distrair o povo da realidade do país e não estar atento às suas manobras de diversão.
Quarenta e seis anos de democracia não foram suficientes para dignificar o povo português e a culpa é da classe política, incapaz de resolver os problemas estruturais do país.

Sem comentários: