sábado, 14 de dezembro de 2019

O Gelo da Liberdade de Expressão

A liberdade de expressão em Portugal está a passar por uma época glaciar, tal é as limitações que as pessoas têm para exprimirem as suas indignações sociais.
Não bastava os tribunais, segundo lei obsoleta, criminalizarem quem questiona enriquecimentos ilícitos, não obstante não serem referidas as fontes, e em execuções sumárias, condenam o denunciante em favor de quem comete o crime de corrupção activa, vemos um Presidente da Assembleia da República censurar um deputado, que pelo simples fato de não ser da sua cor política e pôr o dedo na ferida do governo.
Só existe liberdade de expressão para os senhores detentores do poder político, para o povo já não existe, existe sim, um lápis azul para silenciar vozes incómodas.
É um gelo político que se vai vivendo nos dias de hoje, ou se é figura pública e nada acontece, ou então, o cidadão comum não tem voto na matéria. 
Somos um país de pessoas corruptíveis, então se for na esfera do Estado é uma desgraça. Mais parecemos, aliás até somos, um país do terceiro mundo, onde a cor do dinheiro e o peso político ó partidário dita as sentenças a seguir. Não foi este país que os portugueses quiseram viver em democracia, porque ela não existe, existe sim um Estado tecnocrático que comanda os dinheiros dos contribuintes, e o povo serenamente aceita, como se não houvesse outra solução democrática.
Por vezes penso, que devo ser extraterrestre, mas não, é a realidade do nosso Portugal. 
Somos um país sem justiça social, que protege os criminosos e persegue as vítimas.
Este país dos grisalhos engravatados que nos vão governando por interesses próprios, que se querem valorizar para memória futura, onde a justiça anda a passo de tartaruga e a lebre criminosa foge a sete pés, só tem um culpado; o povo que vota sempre na mesma necrofobia que nos impede de evoluir como sociedade moderna. 

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