terça-feira, 24 de abril de 2018

CERTAMENTE QUE NÃO.


Certamente não é esta cabra, bela, reluzente, meiga de fazer amigos. Possivelmente será um humano, se é que se pode chamar de humano, que interrompe vidas, que delibera sonhos, que põe cordas ao pescoço do mais humilde dos seres.

Estou cansado de selvajarias e discursos inflamados, onde a razão não impera. Estou cansado de estar sempre cansado. Apetece-me voltar ao silêncio das noites perdidas no tempo, deixar escorregar um trago de vinho na garganta ferida de tanto implorar.

Guardo memórias, como se um pastor de sentimentos fosse. Entrego o que de melhor de mim tenho, e tu, não vais acreditar, vais sempre pensar que sou um doente que a sociedade impôs na sua política suja e de boas maneiras, mas só para quem lhe convém.

Agora, estou entregue à bicharada que mata pássaros feridos. Então só me resta a mim, ao meu eu, porque só eu me entendo. E tu? Tu ficas observando as inglórias de um Amor perdido.
Peter Quiet

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