Certamente não é esta cabra, bela, reluzente,
meiga de fazer amigos. Possivelmente será um humano, se é que se pode chamar de
humano, que interrompe vidas, que delibera sonhos, que põe cordas ao pescoço do
mais humilde dos seres.
Estou cansado de selvajarias e discursos
inflamados, onde a razão não impera. Estou cansado de estar sempre cansado.
Apetece-me voltar ao silêncio das noites perdidas no tempo, deixar escorregar
um trago de vinho na garganta ferida de tanto implorar.
Guardo memórias, como se um pastor de
sentimentos fosse. Entrego o que de melhor de mim tenho, e tu, não vais
acreditar, vais sempre pensar que sou um doente que a sociedade impôs na sua
política suja e de boas maneiras, mas só para quem lhe convém.
Agora, estou entregue à bicharada que mata pássaros feridos. Então só me
resta a mim, ao meu eu, porque só eu me entendo. E tu? Tu ficas observando as
inglórias de um Amor perdido.
Peter Quiet
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