quinta-feira, 19 de abril de 2018

A Eira e o Homem.

Deixei a eira, fiz-me ao caminho, por entre burocracia e agentes de empreendorismo. Não pedi ajuda familiar, arrisquei os bens, lutei pelo meu lugar ao sol, ainda luto, apesar da minha débil saúde. Quero que entendam que não pretendo enriquecer, simplesmente, pagar as minhas despesas, a minha sopa, e compromissos legais. Fiz muita burrada pela vida, caí, levantei-me, voltei a cair e levantei-me de novo. Ressuscitei das cinzas, moldei  ao meu ser. O mau olhado deixei para trás, não era a minha praia.
Hoje trabalho doze a catorze horas por dia, sei, que tenho problemas de saúde, nunca o neguei. Tentaram-me reduzir a um hospício, provocando assim um golpe de baú.
Hoje, gosto dos meus inimigos, dão-me força para ir mais além. Dedico o meu tempo criativo, numa escrita sem pudor, e sem mais nem menos, sou eu, um ser comum, que colocam rótulos, injustamente sem qualquer tipo de fundamentação.
As semanas que passei pela eira provinciana deu para sentir um certo tipo de maldizer, de interrogação e até de admiração. Chamaram-me de ator, mas, estavam completamente enganados, vivo num mundo real, atroz, que queima os mais ingénuos. No final de tudo isto é gratificante conseguir atingir os meus objetivos. Gente que não me conhece pessoalmente, acreditaram em mim, contra tudo e todos.
Há uma Fé inabalável que vive em mim, e as pedras que encontro no meu caminho vou talhando-as no meu vagar e faço esculturas que embelezam os incrédulos
 
Quito Arantes
19/04/2018

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