Adolfo era um sentimentalista, por vezes
perdia-se nas emoções, e viajava em sonhos sem fim. Ia ouvindo histórias daqui
e dali, histórias felizes e outras muito tristes, que tentava memorizar para
mais tarde poder ficcioná-las. A informação que ia recebendo era muito avulsa,
teria de estruturar as ideias de forma que ganhassem conteúdo.
Para ele começar um livro e desenvolvê-lo era um
cavalo de troia, lutava com os seus fantasmas para que tudo corresse bem. Muito
embora não fosse enfadonha a sua escrita, por vezes perdia-se em pormenores sem
grande relevância para depois entrar a fundo na história. Vivia aquele momento
de escrita como estivesse a viver a situação transcrita. Ao criar os enredos,
mergulhava neles de corpo e alma. Por vezes queria crer que eram verdadeiros,
embora soubesse de ante mão que eram do seu imaginário.
Excerto do livro a publicar
Quito Arantes
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