Resumo prévio de Castro Laboreiro
A aldeia de Castro Laboreiro possui riquíssimo legado histórico, arqueológico e arquitectónico, designadamente os monumentos megalíticos, o Castelo de Castro Laboreiro – classificado como monumento nacional -, as pontes e igrejas medievais, os fornos comunitários, os moinhos, a actividade agro-pastoril e as singulares brandas, inverneiras e lugares fixos, testemunhos, também aqui, da prática da transumância.
As florestas da região são dominadas por carvalhos. Encontram-se também o medronheiro, o azevinho, o azereiro, o pinheiro e o vidoeiro. Os matos arbustivos são característicos de zonas mais elevadas e são constituídos principalmente por tojos, urzes e giestas. As espécies animais com maior representatividade são o javali, o veado, o texugo e a lontra.
Na aldeia, os visitantes podem encontrar alojamento resultante da recuperação de casas típicas castrejas e moinhos.
A oferta gastronómica é variada, com pratos típicos que incluem carne de cabrito, bifes de presunto, enchidos, broa centeio e broa milha. Há ainda dois doces típicos: o bucho doce e a sopa seca de pão duro.
O nome e de Castro Laboreiro, deriva de «Castrum» - povoação fortificada pelo povo castrejo, «Laboreiro» vem da palavra latina «Lepporeiro».
Embora algumas referências documentais permitam sustentar que existiria um castelo anterior, a fortificação actual do Castelo de Castro Laboreiro data da segunda metade do séc. XII e a sua edificação é geralmente atribuída a D. Dinis. A planta revela padrões góticos bem patentes na integração de cubelos e pequenos torreões nos panos da muralha da alcáçova. Arruinado e parcialmente desmontado no séc. XIX, conheceu na segunda metade deste século uma pequena intervenção de limpeza e conservação.
O Pelourinho é um dos pontos fulcrais desta localidade. Este pelourinho é de estilo manuelino e a sua construção deu-se em 1560.
Existe uma mancha megalítica que se encontra dispersa por uma área superior a 50 km2, pontuando a despida vastidão planáltica da parte nordeste da freguesia de Castro Laboreiro, a uma altitude superior a 1100 m. Nesta mancha existem cerca de uma centena de monumentos megalíticos.
São vários os moinhos que se integram nesta localidade. Têm a função de converter os cereais (nomeadamente o centeio e o milho) em farinha. Este produto final iria servir para fazer as bem conhecidas Broas de centeio ou milho. O milho, além de servir para fazer as broas, também era usado para fazer uma outra especialidade da zona, a Sopa de Farinha.
Os fornos comunitários eram utilizados pelos habitantes da localidade com o objectivo de cozer (na maioria dos casos) a massa da broa que tinham acabado de fazer. Eles tinham a preocupação de fazer grandes quantidades de broa para evitar tirar a vez aos restantes habitantes. O material utilizado na sua construção era a pedra, mas ao longo dos anos o seu estado de conservação foi-se degradando. Nos dias de hoje, poucos são os fornos utilizados com esta finalidade.
Em Castro Laboreiro existem 44 aglomerados populacionais, que se dividem em brandas, inverneiras e lugares fixos. As brandas localizam-se nas franjas do planalto situado a norte, entre 1100 e 1150 metros de altitude. Ao longo do curso médio das linhas de água, encontram-se os lugares fixos, entre os 950 e 1050m. Mais abaixo, na base dos vales, em áreas muito irregulares e de difícil acesso, encontram-se as inverneiras, entre 700 e 800m de altitude.
As brandas, nos lugares mais altos, são mais agradáveis e produtivas na época do calor, servindo aos animais também melhores oportunidades de alimentação – é assim uma espécie de casa comum de veraneio da população e gados da freguesia e de visitantes vindos de fora. As inverneiras, nas zonas mais baixas, servem de refúgio ao frio e estão localizadas nos vales da freguesia.
De facto, a ocupação humana de Castro Laboreiro é comprovável até ao longo passado de quatro ou cinco mil anos. Nesta região desenvolveram-se sucessivamente duas grandes culturas que atingiram um grau elevado de civilização: a cultura dolménica e a cultura castreja. Aqui pode encontrar-se ainda hoje, mais de uma centena de antas ou dólmenes (será talvez a maior concentração peninsular de dólmenes pré-históricos); alguns menires; a Cremadoura, a poente da Vila, onde se incineravam os cadáveres para serem recolhidas as cinzas em vasilhames de barro (no Mesolítico); doze castros, de há dois mil e quinhentos anos, pinturas e gravuras rupestres.
Texto de Sandra Pereira
1 comentário:
A informação é importante para nos situar na região... mas os meus olhos ficaram-me nessa linda fotos!
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