terça-feira, 19 de novembro de 2019

ERMIDA

Saudades de tempos que memorizaram para sempre o meu ser. O Senhor António, na foto, não sei que será feito dele agora. Não sei se ainda é vivo, mas a minha ida à aldeia da Ermida, marcou-me para sempre. Desde o Tiago, jovem filho da D.ª Ana Maria que me mostrou os seus bezerros que tanto se orgulhava. O almoço, gentilmente oferecido por sua mãe, e Sr. António na pobreza extrema, que nas suas poucas palavras transmitia uma angústia sem medida. Tudo foi de uma manhã solarenga naquela visita à aldeia de Ponte da Barca, encravada na serra Amarela, onde a mercearia chegava uma ou duas vezes por semana, onde o invisual Senhor Guimarães geria o único café da aldeia.
Não sei o que os políticos de Lisboa, parlamentares com todas as benesses que a grande Lisboa lhes oferece alguma vez passaram por esta aldeia do interior norte. Certamente que nem sabem onde fica, mas, o povo, a essência da nossa existência, marca para sempre os citadinos que por nestas terras passam.
Deixo aqui a minha  homenagem a todo o povo serrano, que contra tudo e contra todos vão resistindo aos tempos modernos, que na indiferença para com eles os condenam ao abandono.
Quito Arantes   

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