domingo, 21 de janeiro de 2018

PORQUE ÉS ASSIM?

Temos um costume muito feio que é fazer chacota de algo ou de alguém que foge um pouco às normas sociais normais. A praça enche-se de coscuvilheiros e maus dizeres. O que é curioso é que se sentem realizados ou felizes, melhor dizendo, com a chacota. Misturam futebol com problemas sociais, rasgam elogios a corruptos como se nada tivesse acontecido, misturam favores com política autárquica. É um rol de poder ignorante e inculto que é de bradar aos Céus. Podemos ser criativos, cultos e até benfeitores da sociedade, mas se a descendência vier de famílias pequeno burguesa, já passam a ser uns maus da fita.
Esta minha visão de todos os acontecimentos da minha pequena cidade é uma visão real de que vai acontecendo no dia-a-dia. Cada palerma pensa que sofreu mais do que o outro e então expele decibéis, como alguém fosse surdo para não saber ler nos lábios o som que vomitam. Mais vale estar calado que calados dizem mais daquilo que fazem falando baboseiras.
O provincianismo tem destas coisas, não é que eu tenha vivido muito tempo em grandes cidades, cosmopolitas, mas posso comparar certas sociedades citadinas de diferentes dimensões.
E vocês voltam a perguntar, novamente: - Mas porque és assim? Deixa lá isso, vive a tua vida e deixa a dos outros.
Pois é, pois é… Se pudesse viver sem ligar aos oportunistas, e ressabiados da vida, era muito bom, mas não posso, tenho que marcar uma certa distância de poder. Não posso fazer da minha mente um bigbrother, já basta a vida com as novas tecnologias para entrarem-nos pelas nossas vidas a dentro.
Tem dias que até mete dó a praça vermelha. Os intelectuais de café colocam-se como lagartos ao sol na esplanada, reúnem-se numa mesa que é para quatro pessoas e juntam-se aos magotes, às vezes até faz lembrar reuniões do comité central do partido comunista no tempo da ditadura de Marcelo Caetano e Américo Tomás, tal é a discussão acesa por coisa nenhuma de relevância. Os marginalizados por azares da vida, criminalidade, drogas, etc.. ficam ao largo, um a ali outro acolá. E são estes os vanguardistas que Portugal tem que não dão segundas oportunidades às pessoas que tiveram infortúnios na vida e agora estão recuperados.
Por isso e muito mais, tenho mais inimigos do que amigos, por dizer na cara de qualquer democrata de meia tigela as verdade que se vive hoje em dia. Como se costuma dizer: - Quem não tem rabos-de-palha, não tem com que se preocupar.
Páginas 37/38

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