quinta-feira, 10 de agosto de 2017

COMO UM RIO CORRENDO PARA O MAR...


João Paulo reservara uma mesa para o almoço num restaurante na ribeira do Porto, com vista para a foz do rio Douro. Estava um dia ameno de primavera, não fazia calor nem frio, simplesmente um dia normal primaveril. Apesar de haver uma certa expetativa sobre aquele encontro, Andreia estava ciente que não podia surgir um novo amor naquele encontro. Nunca fora de amores à primeira vista, segundo ela, tudo tinha que ter um fio condutor, um motivo, uma razão para acontecer.
Andreia entrou no metro, foi a até à estação de S. Bento, desceu ruas e vielas até à ribeira. Sabia bem onde era o restaurante, quase todos os seus amigos a levavam lá. Não conseguia assimilar bem aquelas coincidências dos convites para o mesmo restaurante. Talvez por estar na moda, ou talvez porque, possíveis candidatos ao seu coração. Talvez pensassem que aquele lugar era o ideal para conquistar o coração de Andreia de Falco.
João Paulo queria reaver tudo não era só pretensão de conquistador. Já não a via para lá de 25 anos, iria encontrá-la bem diferente dos tempos de Soares dos Reis, por onde se cruzavam constantemente. João Paulo, no fundo , era um homem solitário, dedicado ao trabalho da pediatria. Gostava de crianças. Para ele a essência da vida estava nas crianças, na sua forma despreocupada e alegre de ver a vida.
Andreia estava também curiosa com o encontro um jantar de cerimónias onde não existiam intimidades de amigos chegados. Mas tudo podia ser imprevisível, não via João Paulo há 25 anos, certamente estaria um pouco diferente, mais velho e maduro, esperava ela.
 
Página 57
Quito Arantes

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