João
Paulo reservara uma mesa para o almoço num restaurante na ribeira do Porto, com
vista para a foz do rio Douro. Estava um dia ameno de primavera, não fazia
calor nem frio, simplesmente um dia normal primaveril. Apesar de haver uma
certa expetativa sobre aquele encontro, Andreia estava ciente que não podia
surgir um novo amor naquele encontro. Nunca fora de amores à primeira vista,
segundo ela, tudo tinha que ter um fio condutor, um motivo, uma razão para
acontecer.
Andreia
entrou no metro, foi a até à estação de S. Bento, desceu ruas e vielas até à
ribeira. Sabia bem onde era o restaurante, quase todos os seus amigos a levavam
lá. Não conseguia assimilar bem aquelas coincidências dos convites para o mesmo
restaurante. Talvez por estar na moda, ou talvez porque, possíveis candidatos
ao seu coração. Talvez pensassem que aquele lugar era o ideal para conquistar o
coração de Andreia de Falco.
João
Paulo queria reaver tudo não era só pretensão de conquistador. Já não a via para
lá de 25 anos, iria encontrá-la bem diferente dos tempos de Soares dos Reis,
por onde se cruzavam constantemente. João Paulo, no fundo , era um homem
solitário, dedicado ao trabalho da pediatria. Gostava de crianças. Para ele
a essência da vida estava nas crianças, na sua forma despreocupada e alegre de
ver a vida.
Andreia
estava também curiosa com o encontro um jantar de cerimónias onde não existiam
intimidades de amigos chegados. Mas tudo podia ser imprevisível, não via João
Paulo há 25 anos, certamente estaria um pouco diferente, mais velho e maduro,
esperava ela.
Página 57
Quito Arantes
Sem comentários:
Enviar um comentário