O desalento do velho do Restelo
Podia ser mais um imposto, a que nós já nos habituamos. Mas
tudo passa por um fisco descaracterizado, sem valor humano, nem pela condição
humana. Níveis de desemprego, completamente alarmantes, onde o
primeiro-ministro fala de ânimo leve, como se isso não mexesse com a vida dos
portugueses.
Queria poder dizer que vamos no bom caminho, mas a realidade
não me diz isso. Muita gente a passar mal, sem que haja justificação para isso.
O parlamento envolve-se em menus de refeição de afronta a quem passa fome. Staff
governativa excedente onde se procura dar trabalho aquém não tem competências
para isso, por simples mero clientelismo. Guarda-se um país à mercê dos grupos
económicos, sem o mínimo respeito pelo trabalhador, que produz toda a riqueza
do país. Poderá haver uma luz ao fundo do túnel, que não é do povo, mas sim de
quem obtém lucros da desgraça alheia.
A classe política atual está completamente viciada, falam em
nome do povo, sem o consultarem. Querem tirar louros de discursos mediáticos,
onde prevalece a arrogância desmedida.
Poderá o povo ter voz? Certamente não será por meio desta
classe politica adulterada, mas sim por movimentos cívicos, que são a
verdadeira essência de quem quer elevar a sua voz contra este desgoverno que
nos sustem.
Continua-se a querer deitar areia nos olhos num povo,
martirizado pelas incompetências dos homens do poder, que não querendo abdicar
de suas regalias vão tornando este país inoculo e sem perspetivas futura.
A ostentação dos políticos, onde fazem desfilar reuniões e
carros topo de gama, é mais uma prova que só olham para os seus umbigos, e em
meros discursos inflamados tentam mostrar aquilo que não são na realidade.
Fico a querer que só uma limpeza geral na classe política
portuguesa, onde não reste vestígios de imprudências, poderá salvar Portugal
deste descalabre em que nos puseram.
A voz ativa de um povo é, a garantia que nada será levada ao
acaso. Podemos acreditar em boas intenções, mas será sempre a palavra final do
povo que poderá falar bem por linhas tortas.
Deixemos o povo pronunciar-se sobre o que lhe diz respeito, e
só assim teremos uma sociedade mais justa e equilibrada.
Quito Arantes
14/03/2013
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