quarta-feira, 12 de novembro de 2014


Marta continuava sem dar sinal de vida, talvez estivesse mesmo ressentida com o conselho de Jesueh, quando esta estava a passar um mau bocado com o patrão. Ela eram de decisões repentinas e por vezes bastante frias para quem as recebia. Jesueh de uma forma original e de conhecimento de vida, tentava mostrar-lhe o lado da liberdade sem freios. Claro que apesar de Marta ser uma mulher bastante inteligente, não tinha a idade, e experiência de vida dele. Custava acreditar que do lado dele pudesse haver uma porta para a felicidade. Prática e resolvida nas suas ações, o mundo dela limitava-se à sua pequena cidade e núcleo restrito de amigos. Mesmo que Jesueh quisesse mudar Marta, isso não iria acontecer, pois ela não o estava a amar. Jesueh não lhe podia dar muito mais do que lhe dera até então. E talvez a diferença geracional fosse mesmo a principal entrave para terem um caso de amor.
 
by Quito Arantes
em curso...

segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Para refletir

É impressionante como as pessoas se ferem umas às outras. Cortam-se sentimentos como quem muda de camisa. O que hoje é verdade amanhã pode não o ser. Há um tremendo medo de um abraço, de apertar alguém ao peito, apesar de querermos que isso aconteça.
Resguardamos os nossos prazeres do afeto numa carapaça inviolável.
O individualismo emerge do nada, como uma necessidade evidente de proteção dos nossos medos. Hoje mais do que nunca a pura amizade é uma coisa rara...
 
Quito Arantes, 09/11/2014

quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Chegaram hoje novas edições de livros já publicados.
Quem estiver interessado, por favor, envie email
quito.arantes@outlook.pt
portes de envio grátis

quarta-feira, 1 de outubro de 2014



Enquanto procuramos a nossa "espada", os caminhos podem ser tortuosos, mas a vontade de vencer os dias de angústia faz de nós pessoas melhores, e mais cedo ou mais tarde essa nossa "espada" será encontrada. A espera nunca é demais...
 
Há sempre uma espera...

domingo, 28 de setembro de 2014

 
"São imensos passos, os que enrugam rostos e branqueiam cabelos, em sorrisos ténues e no efémero tempo. Mas é a leveza da alma, a que engrandece a vida, na eternidade de todos os caminhos."
Silvina Ribeiro

quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Dizer que o inverno só nos traz tristezas, é um erro crasso nas trincheiras da cidade, envolta em blocos de betão, que não deixam transparecer o belo da natureza.
Nestes pastos da serra, animais em liberdade comem as ervas tenras que as chuvas e geadas do inverno deixam vir ao de cima.
Amiga, sentir-me agarrado a esta terra, não é nenhuma promessa divina, é o querer falar da história natural, etnográfica e cultural, que Portugal esquece todos os dias. As cidades estão superlotadas de gente que vai à procura dos melhores bens de consumo, do supérfluo, do divertimento desenfreado, e quando dão conta, estão reformados e a quererem descanso no campo. A vida da cidade desgasta o corpo e alma.
página 122
 
by Quito Arantes

sábado, 6 de setembro de 2014


"Por vezes o sono atraiçoa-me, troco os dias pelas noites e as noites pelos dias, para muitas vezes nas páginas do Word, falar-te sobre mim. Nem sempre tenho o espaço que gostava de ter na minha imaginação, onde encontro alguém que lê os meus devaneios, transcritos de sentimentos do momento. Amiga, eu sou mesmo assim, serei sempre um sonhador, um poeta anónimo, um escritor em embrião."
 
Página 21 -  brevemente ao vosso dispor

quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Quero estar aqui, presente no meu mundo, conceituado e moldado por mim. Lembro que há dois anos e meio vim para estas terras selvagens, no bom sentido, onde hom...ens e natureza convivem em harmonia.
Não há dinheiro que me pague esta tranquilidade, este sentir dos ventos da serra. Não! Nunca esquecerei os meus amigos citadinos, por eles, vou à cidade, inteirar-me das suas dificuldades e tentar contribuir para que consigam viver o melhor possível. São pequenas visitas à cidade, porque o tempo urge de voltar ao equilíbrio dos castanheiros, carvalhos, vidoeiros e urzes da serra, que vão crescendo como a lei da natureza assim manda. E eu também quero crescer, dentro deste mesmo meio, que me acolheu, com bons olhos
excerto da página 39
by Quito Arantes

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

quinta-feira, 24 de julho de 2014

Não era este começo de verão que estava há espera, entrou chuvoso, fresco como se de uma manhã de primavera se tratasse. Deus lá sabe o que fazer, contra Ele, nada podemos fazer, apenas ter a esperança que nos há de ouvir. Não quero reclamar do tempo que se faz sentir, porque certamente virão dias tórridos de um calor excedente.
Aguardo pelo sol veraneio em dias que poderei recolher as minhas pequenas hortícolas que com carinho as vi crescer da terra trabalhada pelas minhas mãos. As roseiras brotam lindas rosas nos quintais da vizinhança, tudo está em flor. No meu jardim também há verde e flor, embora com timidez surgem frutos da terra.
Resguardo este sentir para estas palavras que te dirijo neste fim de linha deste meu escrevinhar nas quatro estações. Talvez este compromisso que assumi em exaltar as minhas emoções ao longo de um ano, sirva para acordar sentimentos adormecidos, que agora, vão dando razão há minha existência.  
E como seria de esperar o calor tórrido chegou, neste verão adiado. É ver as pessoas mais alegres, como se o calor dos ultravioletas pudesse aquecer a alma. Para mim é a natureza no seu esplendor parido de terra em flor. Recolher os frutos maduros, saborear seus sucos, é uma maravilha da mãe natureza, e a água fresca das nascentes cristalinas, que brotam o que de mais puro nos pode dar.
Agora, que estamos no pico de verão é tempo de recolher lenha para o inverno que não tarda aí. Fazer as remodelações que têm de ser feitas, e preparar a casa para nova época invernosa.  
Este ciclo que está preste a findar, talvez tenha sido, o mais conseguido a nível de emoções e de trabalho criativo. Talvez esta carta me tenha ajudado a encontrar os pontos essenciais para uma melhor moderação dos meus impulsos terrenos. Sabes amiga, eu continuarei, se assim Deus quiser, a minha caminhada para o encontro com o zénite pretendido, sem deixar de corrigir meus erros. Sim os erros, estão sempre presentes para que possa aperfeiçoar o meu caminho. A vida me ensinou que a bondade é um dom que deve estar sempre presente nos nossos corações. Não quero acabar esta carta sem te dizer que todo este ano que passou foi uma aprendizagem de real valor para minha vida.
Agora que esta carta chegou ao fim, devo dizer-te que estou-te agradecido por nunca teres vacilado aos meus devaneios.
Não irei com as andorinhas no fim deste verão. O meu lugar é aqui neste lugar singelo de onde te dirijo estas palavras. Quando o sol moderar o seu calor, saberei que o fim de ciclo chegou, e eu, minha amiga, continuarei aqui enaltecendo o brilho da natureza, porque no fundo todos pertencemos a ela…


FIM

Aos meus leitores que acompanharam esta carta nas quatro estações, agradeço a vossa atenção.
Estarão sempre no meu coração.
Obrigado!

Quito Arantes in " A Carta nas Quatro Estações "

segunda-feira, 14 de julho de 2014

Lançamento do livro "Contos de Encantos" na 32ª Feira do Livro de Barcelos







Numa tarde agradável na companhia de bons amigos. Neste lançamento de mais um livro, ficou patente que o percurso pode ser longo, mas não será em vão. 
Agradeço à Câmara Municipal de Barcelos, pela oportunidade que me concebeu para dar a conhecer aos meus conterrâneos mais uma obra. Alberto Serra e Victor Pinho sempre disponíveis para se inteirarem na minha criação literária. 
Agradeço a todos quanto contribuíram  para que este livro visse a luz dia.
"Contos de Encantos" é a minha sétima obra literária, que espero que chegue ao maior número de leitores.  

sábado, 12 de julho de 2014

E como seria de esperar o calor tórrido chegou, neste verão adiado. É ver as pessoas mais alegres, como se o calor dos ultravioletas pudesse aquecer a alma. Para mim é a natureza no seu esplendor, parida de terra em flor. Recolher os frutos maduros, saborear seus sucos, é uma maravilha da mãe natureza, e a água fresca das nascentes cristalinas, que brotam o que de mais puro nos pode dar.
Agora, que estamos no pico de verão é tempo de recolher lenha para o inverno que não tarda aí. Fazer as remodelações que têm de ser feitas, e preparar a casa para nova temporada estival.
Este ciclo que está preste a findar, talvez tenha sido, o mais conseguido a nível de emoções e de trabalho criativo. Talvez esta carta me tenha ajudado a encontrar os pontos essenciais para uma melhor moderação dos meus impulsos terrenos. Sabes amiga, eu continuarei, se assim Deus quiser, a minha caminhada para o encontro com o zénite pretendido, sem deixar de corrigir meus erros. Sim os erros, estão sempre presentes para que possa aperfeiçoar o meu caminho. A vida me ensinou que a bondade é um dom que deve estar sempre presente nos nossos corações. Não quero acabar esta carta sem te dizer que todo este ano que passou foi uma aprendizagem de real valor para minha vida.
Agora que esta carta chegou ao fim, devo dizer-te que estou-te agradecido por nunca teres vacilado aos meus devaneios.
Não irei com as andorinhas no fim deste verão. O meu lugar é aqui neste lugar singelo, que te dirijo estas palavras. Quando o sol moderar o seu calor, saberei que o fim de ciclo chegou, e eu, minha amiga, continuarei aqui enaltecendo o brilho da natureza, porque no fundo todos pertencemos a ela…

                                                   FIM
Cheguei ao fim do livro... Espero que tenhas gostado, agora será tempo de revisão de texto, talvez outro ano, não sei.
Foram 200 páginas, 47920 palavras de entrega...

by Quito Arantes

domingo, 6 de julho de 2014



                                                                                                                 

segunda-feira, 23 de junho de 2014


Prefácio

Em jeito de Prólogo

Até Sempre!
Esta saudação de despedida dá título ao mais recente livro de Quito Arantes que, embora se apresente como um autodidata, já está a caminho do sétimo trabalho publicado. E, segundo o próprio me confidenciou, existem mais projetos em curso.
Centremo-nos agora no texto que temos em mãos. O leitor que esteja habituado a romances mais dinâmicos, após a leitura das primeiras páginas, pode considerar que se trata de uma escrita monótona, talvez devido a uma ténue escansão diarística que o mesmo apresenta. No entanto, rapidamente se irá habituar a essa cadência e perceber que esse é o ritmo em que a personagem principal passa os seus dias. É como que um convite para o leitor fazer parte daquele mundo, onde tudo se passa com a calma da vida da aldeia, sem pressas, sem agitação e em perfeita comunhão com a natureza.
E assim, pela mão do narrador, o leitor vai entrando no mundo de Adolfo, no seu dia-a-dia, nos seus desejos e angústias, nos seus constantes dilemas mas, também, nas suas conquistas e alegrias, nas suas vivências chegando até a sentir o ar puro e fresco da manhã acompanhado de um café no seu terraço, que ele tanto aprecia.
Adolfo mostrou, desde muito cedo, ser uma pessoa peculiar, com uma sensibilidade muito especial para a música, para a escrita, extremamente virado para a contemplação das pessoas, das relações humanas e do mundo em seu redor.
Nunca se enquadrou dentro da castradora moldura de cidade. Quando, por motivos de vária ordem, finalmente o conseguiu, libertou-se dela e optou pela tela viva e sem moldura do campo. Aí não sentia amarras físicas, nem psicológicas, que lhe prendiam o corpo e lhe sufocavam a alma.
Agora, ele não tem que viajar ao encontro da natureza, como fizera desde a sua juventude, ele está em plena natureza e sente-se parte dela. Longe do rebuliço de um centro urbano, refugiou-se numa aldeia minhota onde se podia dedicar àquilo que mais gostava: a fotografia e a escrita.
O seu grande sonho, pelo qual luta incessantemente, é conseguir o reconhecimento no panorama literário nacional (ou eventualmente internacional) e poder viver apenas da sua arte. Neste ponto, Adolfo poderia ser um escritor qualquer que, tal como ele, batalha a pulso pela sua fama, sem ter a magia e o poder da grandiosa máquina do marketing.
Adolfo debate-se com dois dilemas paralelos, que tenta equilibrar ao longo de todo o romance. Para além da, já referida, constante tentativa de crescer e ser reconhecido enquanto escritor, o amor por Delfina e a dificuldade em conseguir que ela (uma citadina confessa) deixasse a cidade e fosse definitivamente viver com ele, deixavam a sua alma numa permanente inquietação.
Esta personagem feminina surge definida como o seu “calcanhar de Aquiles”. Embora se amassem e apreciassem os momentos que estavam juntos, o facto de viverem em sítios diferentes obrigavam-no a deslocações à cidade, esse lugar pejado de recordações pouco agradáveis que Adolfo queria, definitivamente, deixar para trás.
Sendo um livro recomendado a todos, a sua leitura é especialmente importante para aqueles que estão agora a iniciar-se na escrita e sentir que, antes da passadeira vermelha, há um longo caminho de terra e pedras a percorrer.
Convido-vos, então, a fazer esta caminhada com Adolfo rumo ao sucesso que não se sabe se está a poucos metros ou a longos quilómetros de distância, mas já dizia o poeta: O sonho comanda a vida!

Até Sempre!



Fernanda Carrilho

domingo, 15 de junho de 2014

Já disponível no site www.amazon.com e amazon Europa. Também através do autor
em quito.arantes@gmail.com

terça-feira, 10 de junho de 2014


É meio dever como habitante de Castro Laboreiro, repor a verdade sobre esta notícia que vem publicada no Jornal Voz de Melgaço, de Maio
Não sei quais foram as fontes que obtiveram, mas eu que vivo diariamente em Portelinha, e nunca vi garranos a causar danos nas culturas, muito menos meia centena de cavalos.
Uma eguada ( conjunto ou manada de vinte cavalos) raramente é vista, e nunca nas culturas.
Também não foi a o edital da junta, dizendo que iriam abater vinte cavalos que originou a autarquia a tomar uma decisão diferente.
Os garranos selvagens são património nacional, dentro do contexto da vida selvagem e protegida do Parque Nacional da Peneda-Gerês, portanto, nem a junta nem a autarquia tem poderes para tomar decisões de abate. Cabe ao ministério do ambiente e direção do Parque, tomar as devidas medidas de proteção, tanto dos animais, como das populações nele inseridas.

segunda-feira, 2 de junho de 2014

Num tempo que parecia nunca mais acabar, Jesueh, entregava-se nas mãos de Deus para ditar o seu destino. Devagar decorriam os seus dias, onde não esperava grandes avanços na sua relação com as mulheres que sonhava. Eram todas elas distintas entre si, e isso, levava-lhe a fazer exercícios emocionais que não eram mais do que tentativas de encontrar o ponto de equilíbrio. Não queria magoar nenhuma daquelas mulheres que naquele momento eram a sua vida. Amava uma, mas não largava as outras no seu dia-a-dia. Havia a amizade, que por vezes confundia com amor. No fundo eram laços de amor e amizade que o levavam a interagir de forma a não as magoar.


Em curso...
by Quito Arantes

Já disponível 2ª edição, agora pela Createspace editora. Em dois formatos: livro impresso e e-book kindle
Podem encomendar em www.amazon.com ou pelo autor em quito.arantes@gmail.com

quarta-feira, 14 de maio de 2014

Estas manhãs frescas de primavera enchem-me os pulmões de um ar puro logo que ponho o pé no terraço, pela aurora. O vento ruge nas giestas, as folhas bailam ao seu sabor fugidio. Quero acreditar que esta primavera é diferente de todas as outras que vivi. Guardo os seus encantos para melhor me inteirar da vida. Este recanto que estou vivendo, e para mim, um novo respirar, uma nova aventura consciente. Por mais que tente pôr defeitos neste lugar, nunca serão maiores do que as virtudes que nele encontro.

Sei que foi amor há primeira vista, e será sempre de forma apaixonada que viverei todos os pormenores desta terra encantada. Podem chamar-me de louco, de lírico ou até de irresponsável, mas nunca me tirarão a alegria de viver uma vida ao meu jeito. Estar de bem com todos e com o mundo é o que estou conseguindo, e tudo fez parte de uma aprendizagem e de conquistas em terras incaracterísticas. Tive que passar provas de fogo, momentos de pura loucura, mas amiga, consegui sobreviver a todas as intempéries de uma vida atribulada. Agradeço a Deus nunca me ter abandonado. Ele acreditou, quando ninguém acreditava que poderia voltar ao mundo dos racionais. As lembranças das pessoas de bem, continuam no meu coração, não as esqueço, e estou agradecido a todas as pessoas amigas e menos amigas que influenciaram os meus caminhos. Retenho um pouco de todos, onde um todo me preenche.

by Quito Arantes

domingo, 4 de maio de 2014

"A Carta nas Quatro Estações" (Continuação)

Capítulo XXXVII


"Quando, por algum motivo de força maior, desço à cidade, fica sempre um aperto no peito, como se houvesse uma perda de alma. Estou tentado criar a minha raiz nestas terras do alto Laboreiro, onde encontrei o verdadeiro sentido de viver. Sabes amiga, os momentos de felicidade que vou vivendo na serra, preenchem todas as lacunas que tenho no meu sentir de homem que renunciou ao êxtase citadino. Por mais voltas que tente dar, esta entrega à natureza, no mundo serrano, é o meu eterno sossego. Como é belo ver as minhas flores crescendo, sentir a vida em transformação, enterrar as mãos no húmus, e nos odores da terra enxergar que estou vivo. Não existe maior riqueza, do que aquela, que nas pequenas coisas, simples, nos trazem felicidade e tranquilidade neste mundo globalizado." 

by Quito Arantes

terça-feira, 29 de abril de 2014

De visita a Gorbelas - Peneda-Gerês

No encanto montanhês, memorizo o meu olhar, em comunhão com a natureza. Recordo que ainda existem lugares em Portugal que merecem uma visita, nem que seja só uma vez na vida...
 (S. Bento do Cando)

 (Gorbelas)







 (vista da Gavieira do alto de Gorbelas)

sábado, 26 de abril de 2014

"A Carta nas Quatro Estações" (Continuação)

Nestes dias de primavera, um pouco chuvosos, tenho- me preocupado com a divulgação do meu mais recente livro. Embora o universo dos meus leitores não seja muito vasto, pelo menos são me fiéis, e isso é gratificante.
Sabes amiga, esta vida que levo, é uma constante luta pela sustentabilidade. O que me vale é este aconchego serrano, e os amigos que me visitam, que vão-me dando alento para continuar. Quero que saibas, neste testemunho, longo e sincero, levarei aos quatro ventos, todo o meu sentir, onde não faltará, a honestidade das palavras.
Este madrugar, é vivido de forma sentida, em todas as arestas da vida. A escrita é a minha companheira diária, onde não falta a exaltação dos medos e todas as sensações à for da pele. Descobrirei com o tempo, ou não, que esta passagem pelo mundo terreno, será como Deus assim quiser, contra a força da natureza, nada posso, nem quero sobrepor-me a isso. Reconheço a minha insignificância perante as forças superiores. Não deixarei de evocar os nobres ensinamentos que pessoas simples deixam um pouco em mim.
Agora que já passaram duas estações, vejo como são belas e vivas as transformações da natureza. Recordo com um certo sentido nostálgico o fim de cada estação. Em cada encanto vivido, guardarei para memória futura, todas as vivências sentidas, no cair de cada folha outonal, nos mantos de neve que cobriram o meu lugar, o renascer primaveril. Todas as transformações, da mãe natura, acordam sonhos antigos e imaginários, perdidos no tempo. Neste desabrochar de alma, ficarei mais rico, e mais sensível há vontade de servir o próximo.  

" Há sempre um lugar que espera por nós "

by Quito Arantes

segunda-feira, 21 de abril de 2014

"A Carta nas Quatro Estações" (continuação)

Capítulo XXXVI

Das flores e regatos de águas cristalinas, vejo a natureza no seu esplendor, onde possa dizer: estou vivo no olhar de encanto pelo que de mais belo ela me pode dar. Ver as cabritas pastando livremente nos prados, o feno que cresce num alimento anunciado para o inverno agreste. Não sei onde tudo isto me poderá levar, nem estou em idade para pensar nisso. A presença dos dias vividos com amor e intensidade, numa comunhão com a terra, é a cura que mais eficácia pode ter para os tiques citadinos que me poluem a alma. Agora é o reencontrar da paz na subida à serra, onde “a casa do sol nascente” espera por mim. Estou curioso de ver as morangueiras que crescem suspensas na parede da casa, e ver também, as tulipas floridas nos seus copos coloridos.
Posso imaginar o meu respirar, profundo ao deparar-me com os maciços granitos do Alto Mouro, e encontrar o meu paraíso intato. Amo a serra, amo tudo que a natureza me oferece, amo o homem montanhês, na sua originalidade, e serenidade. Tenho saudades das “poças” do meu lugar, ver o sol nascer no planalto do Laboreiro, e encontrar o meu descanso de alma sofrida.
Não guardo rancor a ninguém, nem mesmo dos meus, ditos inimigos, sei perdoar, ninguém é perfeito, também eu erro todos os dias. Deverei ser um homem melhor cada dia que passa e viver numa harmonia com Deus e os homens.
Ficarão as saudades da família, até novo encontro, onde possa afagar as ansiedades de uma vida complexa. Não digo um adeus, digo um até breve, onde a necessidade de um novo encontro surja nos nossos corações.


" Obrigado Deus por um novo amanhecer"

by Quito Arantes

quarta-feira, 16 de abril de 2014

" A Carta nas Quatro Estações " (em curso)


Sabes amiga, o risco e a coragem andam de mãos dadas, e neles apostei a minha vida. Não podia passar, passivamente, pelo resto da minha vida terrena. Havia um sinal Divino que me chamava para uma mudança radical de conceito de vida. Assim, lutei, e pude constatar que as minhas capacidades de sobrevivência iam muito além do que pudesse prever. Não há espaço para atritos e mal entendidos. Clarificar o espírito e encarnar o bem, é tudo que desejo, sendo que, o Amor ao próximo nos faz melhores pessoas. 
Espero regressar com vontade de fazer mais e melhor pela comunidade onde estou inserido. A procura de melhores soluções, para os problemas que possam acontecer, será envolvida em tarefas diárias, e entrega da melhor forma que conseguir. Agradeço a Deus, todas as beneficies que me tem oferecido. 

by Quito Arantes

terça-feira, 15 de abril de 2014

"A Conquista do Poder aos Malfeitores"

Desde a implementação do movimento de cidadãos, este com traves mestres: Portugal sairia da “zona euro” e, de seguida, da União Europeia; a criação de um forte e consistente mercado interno; o país teria de apostar no Atlântico, reativando e modernizando a frota de pescas e marinha mercante; criação de um corredor comercial e industrial, entre Portugal e os países da américa latina; fomentação da fixação de jovens no interior; proceder a um investimento forte sem precedentes na agricultura, para que o país se torne autossustentável; criação de protocolos em trocas de comércio com a Europa, onde exportações de alta tecnologia estivessem na vanguarda; criação de um imposto solidário a todos os contribuintes ativos, de forma a sustentar o SNS e o Ensino Público.
Um memorando, aos olhos de muitos, com uma carga ideológica muito forte, talvez mesmo utópica, que poderia não ser aceite pela mentalidade do povo português, considerando-a pois onírica, mas Portugal já tinha passado por tudo e o cansaço das populações sobrecarregadas de impostos e sacrifícios, poderia levar a uma mudança de sistema político, por força das circunstâncias.

by Quito Arantes

domingo, 13 de abril de 2014

A Carta nas Quatro Estações (em curso)

Amiga! Agora, que a primavera se afirmou, estou na cidade, mas com a cabeça no meu recanto, saudades das minhas plantas, dos meus vizinhos. Falta-me a passagem diária em frente de minha casa, das cabritas da minha vizinha, que fazem o favor de podar, através da rede de vedação, os louros que saem para além da rede. Os copos das tulipas quando chegar a casa, já devem estar coloridos, e de frente para eles agradecerei a Deus a vida crescer no pátio de casa. Amo o campo, amo a serra com todas as suas condicionantes. É um privilégio, conseguir estar, onde realmente, minha alma descansa. Nem sempre foi possível, e agora preservo esta dádiva, com olhos de ver.
Podemos não ter muito dinheiro para gastar, mas há coisas que não têm preço, não há dinheiro que compre, o conseguir estar em equilíbrio com as forças da natureza humana. Todos os caminhos percorridos não foram em vão, levaram-me ao encontro de problemas resolvidos, em simples dizeres, de alma aberta, às pessoas que me querem bem, e aí eu venério toda a vontade de me verem feliz.
Esta eternidade, que paira sobre mim, faz com que não haja receio desta vida efémera. Vamos ser melhores na nossa criação temporal, vamos sair da escuridão da alma, vamos sentir-nos grandiosos à imagem de Deus. Nunca em tempo algum, a felicidade me atingiu tão fortemente, como nestes últimos três anos de vida serrana. Creio que sou um elemento da natureza, e nela devo respeito. Sentado nas montanhas, sinto a força da natura, respiro o ar puro que me oferece, e como se o caminho não tivesse volta para dar, acaricio as árvores centenárias, banho-me nas águas cristalinas que descem as corgas. Há sempre um tempo na vida que decisões têm que ser tomadas, para um melhor encontro com nós próprios. Rezo pela vitória do bem sobre o mal, que haja salvação para as almas perdidas. Todo o meu querer de amar o próximo, é como uma necessidade de me sentir livre de preconceitos estereotipados numa sociedade de consumo, que não olha a meios para obter fins.

Terei para ti, amiga, aquele abraço amigo, como querendo transpor para ti, parte da minha felicidade. 
by Quito Arantes

quinta-feira, 3 de abril de 2014

"A Carta nas Quatro Estações"

Neste enxergar de estações, o tempo passa na sua leveza, a vida completa seu ciclo, e eu, aqui neste lugar de privilégio, encontro formas de me sentir vivo. Nada será como dantes, desde que me instalei nestas terras. Do agreste ao calor tórrido, trago comigo toda aquela sensação que o meu caminho é mesmo este. Ainda ontem, numa aberta de dia chuvoso, o sol raiou, e toda a terra ficou iluminada. Aproveitei para dar uma volta ao quarteirão do lugar, e sentir e bela áurea que me confortou.
Aqui neste ambiente serrano a poluição industrial não existe, o ar é puro e toda a envolvência que a natureza proporciona é realmente uma grande dádiva. Pena é que as entidades oficiais não promovam a vinda de casais jovens para povoar este recanto. Certamente muita gente que se identifica com o mundo natural, aqui seria feliz.

Deixarei que o vento leve meus pressupostos por um tempo se fim. Meto as mãos na terra fresca e sinto vida vir até mim. Aqui, serei sempre a minha essência, serei eu e as pessoas de bem, serei, também, aquilo que Deus quiser…

by Quito Arantes

sexta-feira, 28 de março de 2014

"A Carta nas Quatro Estações" Capítulo XXXIV

Como se eu pudesse dizer que estou caminhando ao encontro do meu verdadeiro princípio de homem livre, vejo os dias com a clareza de um olhar novo, rejuvenescido e transpondo certas amarguras que em nada alguém terá culpa disso. Interpreto de uma forma mais concisa os valores da terra.
Ontem recebi mais pés de morangos para a minha morangueira suspensa. Não perdi tempo, e mesmo de robe vestido, fui até ao terraço e no meu vagar, num tempo gélido, acrescentei à terra os pés de morangos. A terra estava gelada, mas enquanto plantava-os não havia frio que me arredasse, estava feliz naquele encanto de mexer em terra e ver a minha plantação morangueira. Só mesmo quando entrei para casa, senti nas pontas dos dedos uma dor aguda, provocada pela terra gelada. Pude constatar que, por vezes, as alegrias vividas em certos momentos, podem ser precedidas de dor, mas o exercício metal, onde é evocado quanto é belo a construção humana em contato com a natureza, anula toda a dor física.
Os meus canteiros, meios jardins, meio horta, tomam forma, onde nesta primavera verei todo o meu trabalho de campo dar os seus frutos.
Talvez esta minha nova ligação à terra esteja nos genes. Meu avô paterno fora um grande agricultor, no sentido que criou doze filhos, com o trabalho nos campos, numa agricultura de outros tempos, onde tudo era feito de sol a sol. Obrigado avô Bonifácio por me teres dado estas alegrias de gostar de mexer a terra.

Infelizmente, quando pude olhar meu avô, já estava doente, mas recordo-o com carinho, como se fosse hoje, a sua serenidade de homem do campo.

by Quito Arantes

terça-feira, 25 de março de 2014

" Até Sempre! "

Todos os dias pela fresca da manhã, gostava de ir ao terraço de sua casa e apreciar o nascer do sol, ouvindo os sons da natureza, o vento a ranger as giestas, os melros dando ar da sua graça com os seus chilreares. Estava inserido na natureza onde conseguia ter a serenidade que tanto precisava para a sua escrita criativa.

O seu lema não tinha a ver com o futuro, mas sim com o presente precedido de um “Até sempre”, que era como um chamamento para a sua vida, um estar sempre presente no seu dia-a-dia. Não gostava de despedidas, se havia alguém que lhe era querida, então, era um simples “Até sempre”, como que se o tempo não se perdesse no infinito, e permanecesse sempre num tempo presente. Ser solitário não era para ele sinónimo de solidão, mas sim de ter um tempo para reflexão, para poder pensar pela sua cabeça, autocriticar-se de incorreções inconscientes.

by Quito Arantes